Onde investir dinheiro em Portugal?

Depósitos? Ações? Fundos de investimento? Conheça as opções que tem ao seu dispor para investir dinheiro em Portugal.

Tem dinheiro de parte e pretende aplicá-lo em produtos financeiros que lhe permitam gerar algum retorno, ou seja, aumentar o dinheiro que tem? Saiba que existem muitas opções por onde investir dinheiro em Portugal, com diferentes níveis de risco e rentabilidade, que lhe permitem ter um portfólio de investimento sustentável, equilibrado e diversificado.

Não existe uma estratégia única de investimento e cada pessoa deve fazer as suas opções de investimento de forma cuidada, com conhecimento e de forma adequada aos seus objetivos e perfil de risco de investidor.

Antes de investir, lembre-se de que…

As boas práticas do investimento ditam que o seu portfólio deve ser ajustado ao seu perfil de risco e diversificado (de forma a poder contar com diferentes ativos no seu portfólio e, assim, poder reduzir o risco e aumentar rendimentos).

Ao pensar onde investir o seu dinheiro em Portugal, a prioridade deverá ser garantir o seu fundo de emergência (equivalente a entre seis e 12 meses de despesas mensais), aplicado em instrumentos com liquidez e baixo risco. Depois disso, poderá evoluir a sua carteira para outro tipo de objetivos e instrumentos.

Opções onde investir dinheiro em Portugal

Para que possa analisar melhor os produtos onde investir em Portugal, deixamos-lhe alguns dos instrumentos financeiros que poderá considerar na sua estratégia.

Depósitos a prazo

Neste instrumento financeiro está a entregar dinheiro ao banco para depósito, pressupondo que não irá movimentar esse montante (imobilização de capital) durante um período previamente acordado. Este tipo de depósitos tem associadas, por norma, remunerações mais elevadas do que os depósitos à ordem (as contas “normais”, onde o dinheiro pode ser movimentado em qualquer momento). Ou seja, no final do período acordado, receberá o valor depositado acrescido de possíveis juros.

Apesar da imobilização de capital pressuposta num depósito a prazo, muitos produtos permitem que o dinheiro possa ser levantado antes do final do prazo, ainda que com uma penalização sobre o valor dos juros a receber.

Ao longo de 2023, as condições dos depósitos a prazo têm melhorado gradualmente, com o mercado a oferecer bastantes produtos com taxas de juro de 3,50%, em determinadas condições.

Certificados de Aforro

São um instrumento de dívida pública acessível aos pequenos investidores. Ou seja, ao investir neste produto estará a emprestar dinheiro ao Estado português que, em troca, irá reembolsar o capital com juros. Este é um instrumento de poupança de capital garantido, com risco mínimo.

Este ano, mudou a série comercializada (da E para F), com piores condições de remuneração. Atualmente, a remuneração máxima é de 2,50%, pelo que muitos depósitos a prazo começam a ter condições mais atrativas do que os Certificados de Aforro.

Para investir em Certificados de Aforro, deverá dirigir-se a um balcão CTT e criar uma Conta Aforro.

Planos Poupança Reforma (PPR)

São um produto de poupança de médio e longo prazo que, tal como o nome indica, pode ser utilizado como investimento num complemento de reforma. Ainda assim, os PPR também podem ser uma opção interessante para poupanças de médio prazo, já que existe a possibilidade de serem resgatados antes do tempo (ainda que com penalizações).

Estes produtos são particularmente interessantes pelas vantagens fiscais à entrada (dedução de 20% do seu investimento em sede de IRS, até um limite máximo) e à saída (com uma tributação mais reduzida das mais-valias do que se verifica noutros instrumentos, como ações ou fundos de investimento).

Existem duas tipologias principais de PPR: com capital garantido (sob forma de seguro) e sem capital garantido (sob forma de fundo).

Ações

Ao comprar uma ação, está a adquirir uma fração do capital social de uma empresa. Depois deste investimento feito, poderá receber dividendos distribuídos entre os acionistas ou conseguir dinheiro com as ações através da sua venda (a um valor superior ao da compra).

Ao investir em ações, acompanha o ciclo económico: quando a empresa valoriza, os seus ganhos potenciais serão maiores; quando a empresa (e a economia) atravessam um momento pior, os títulos tendem a desvalorizar.

Existem diferentes tipos de ações, em diversos setores, pelo que este é um investimento que poderá adequar-se a diferentes portfólios e perfis de investidor. É, no entanto, crucial saber como investir de forma a minimizar a exposição ao risco.

Em Portugal, as 16 maiores cotadas estão incluídas no PSI (Portugal Stock Index), o índice de referência da bolsa de Lisboa. Mas pode investir em ações de outros mercados que não o português.

Para investir em ações precisará de um intermediário financeiro, como um banco ou uma corretora (ou poderá fazê-lo nas plataformas digitais destes intermediários).

Fundos de investimento

Ao investir num fundo de investimento estará a subscrever uma espécie de “fatia de bolo” de uma carteira de ativos gerida por especialistas e subscrita por diversos investidores (pelos quais são depois distribuídos os ganhos).

Os fundos podem ser mobiliários (investimento em ações, obrigações, moeda, etc) ou imobiliários (investimento em imóveis e terrenos), de acordo com os ativos onde é aplicado este investimento coletivo.

Apenas os fundos de capital garantido (pouco usuais) dão a garantia de que recuperará o montante investido, mas implicam, no geral, menores rendimentos potenciais.

O investimento em fundos de investimento é feito através de intermediários financeiros, nomeadamente bancos de investimento ou corretoras.

ETF – Exchange Traded Funds

Os ETF são fundos de investimento de características específicas. Os ETF são negociados em bolsa, como se fossem uma ação, e replicam o desempenho de um índice ou um cabaz de referência.

Ou seja, em vez de comprar, isoladamente, ações de todas as empresas de um índice (pela ponderação correspondente), poderá comprar uma parcela de uma carteira que já replica esse mesmo índice. O mesmo raciocínio pode ser aplicado em ETF de commodities (matérias-primas), como títulos de energia, matérias-primas agrícolas ou metais preciosos.

Para investir em ETF precisará de um intermediário financeiro, como um banco ou uma corretora (ou em plataformas digitais destes intermediários).

Imobiliário

Quando pensamos em investir no setor imobiliário, o primeiro cenário que surge é o investimento tradicional: adquirir um imóvel para vender a um preço superior (com ou sem reabilitação) ou arrendar.

Há, no entanto, outras possibilidades de investir dinheiro em Portugal em imobiliário – e aproveitar os bons resultados do mercado imobiliário – sem necessitar de um grande montante inicial de investimento, nem lidar com inquilinos.

Como? Através de instrumentos financeiros. Poderá fazê-lo, por exemplo, com fundos de investimento de natureza imobiliária ou ao investir em ações de empresas deste setor. Preste particular atenção aos REIT (Real Estate Investment Trusts), sociedades de investimento do setor imobiliário cotadas em bolsa que, em alguns mercados e segmentos, mostram rentabilidades potenciais interessantes.

Também nestes casos necessitará de um intermédio financeiro para avançar com os investimentos.